Quando pensamos nos acontecimentos de ano que passou, 2022 se provou ser um ano difícil em diversos sentidos e em seu rastro deixou uma série de problemas e incertezas, uma desses problemas foi a instabilidade econômica e financeira para incontáveis empresas e startups, devido a guerra da Ucrânia. Mesmo estando tão longe, nós fomos afetados indiretamente no quesito financeiro. Além de ainda termos a sombra da pandemia do COVID-19 marcando presença.
No entanto, o novo ano traz novas oportunidades no horizonte, apoiadas principalmente na consolidação de novas tecnologias. Diante de um cenário ainda cercado de incertezas, você provavelmente está se perguntando quais serão as grandes tendências financeiras para 2023.
Visão geral do cenário macroeconômico
Desde 2020, as economias do mundo foram duramente atingidas pela pandemia do COVID-19 e suas consequências. E não foi diferente no Brasil. Em 2022, os efeitos da crise provocada pela pandemia continuaram a ser sentidos, como alta da inflação, taxas de juros, altas taxas de inadimplência e perda do poder de compra da população.
Além disso, o desânimo do cenário macroeconômico tem afetado o ecossistema fintech brasileiro, levando a demissões em massa de startups de diversos segmentos.
Para 2023, o cenário macroeconômico continuará desafiador. Segundo a SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia, a projeção oficial para o crescimento da atividade econômica neste ano é de 2,7%.
No entanto, o crescimento estimado do PIB caiu de 2,5% para 2,1%.
Sobre a inflação, a projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) registrou alta, com o índice subindo de 5,23% para 5,31%.
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Mudanças e evolução no Pix
Em 2022, o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo levantamento da Associação Brasileira de Bancos (Febraban) com base em dados do banco central.
Para 2023, o sistema de pagamento instantâneo já tem novidades suficientes. As mudanças, anunciadas pelo BC no fórum Pix em 1º de dezembro, incluem aumento do limite de valor nas operações Pix Saque e Pix Troco e ajuste do horário noturno. Com as novas regras de segurança do Pix, o pagamento instantâneo não terá mais limite individual por transação e permitirá customização à noite.
Outras novidades incluem o Pix Automático, que promete facilitar o pagamento de contas mensais recorrentes de valores variados, como água e luz. Além de muitas outras possibilidades de uso, podemos esperar maior praticidade e agilidade no pagamento à vista, o que também inspirou outros países.
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Crescimento acelerado do Open Finance
O ano de 2022 foi um divisor de águas para a implantação do Open Finance. O sistema financeiro aberto recebeu números expressivos:
Mais de 2,7 bilhões de chamadas de API em março de 2022;
+ 6,7 milhões de consentimentos de usuários ativos para compartilhar dados no ecossistema;
+ 800 instituições ativas no diretório de participantes.
Para 2023, espera-se a evolução do que já foi lançado e a aceleração das próximas inovações.
As principais mudanças incluem melhorar o desempenho do compartilhamento de dados, cobertura de serviços como investimentos, seguros e pensões, além de acelerar o início de pagamentos (ITP). Com os requisitos de compartilhamento estabilizados, o Comitê de Finanças Abertas agora garantirá a qualidade dos dados compartilhados para garantir que eles não cheguem às instituições receptoras por engano ou de forma incompleta.
Espera-se, assim, que o Open Finance ganhe ainda mais visibilidade em 2023, inserindo-se na vida dos residentes e atraindo mais instituições financeiras.
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Tokens e criptomoedas
Apesar das recentes quedas e do chamado “inverno crítico”, a economia baseada em criptomoedas promete continuar sua forte tendência em 2023.
Isso é evidenciado pelo fato de que, apesar do cenário negativo, muitas instituições continuam apostando em estruturas blockchain para tokenizar ativos. Também em dezembro de 2022, o banco central criou uma força-tarefa interna de tokenização de blockchain.
O grupo denominado “GT Tokenização” será responsável pelo estudo do registro, custódia, negociação e liquidação de ativos financeiros na blockchain.
Além disso, o BC também iniciou testes com o Real Digital no LIFT, laboratório de implementação de projetos de moeda digital do BC.