O mercado de recorrência reserva diversas novidades para 2023. E se você faz negócios nesse segmento, é importante ficar atento em tudo para não perder espaço nessa área repleta de oportunidades, mas também acirrada de concorrência.

Por isso, preparamos para você um resumo com cinco tendências nessa área para 2023.

O que é o mercado de recorrência?

O mercado de repetição é um segmento formado por empresas que oferecem serviços e cobram por assinaturas. Isso significa que o cliente paga por um período contínuo, que geralmente é um mês (mas pode ser uma semana, quinzena, dois meses ou meio ano – o que fizer sentido para o negócio e seus consumidores).

Embora esse modelo seja antigo, ele se consolidou com a simplicidade da Internet e a modernidade dos meios de pagamento atuais. Diversos serviços, como streaming de filmes e eventos esportivos e até aluguel de bicicletas e carros, acabam entrando assim na lógica da economia recorrente.

5 tendências do mercado da recorrência para 2023

  1. Demanda elevada nos streamings

A distribuição de conteúdo pela internet por meio de streaming é um dos principais tipos de produtos recorrentes, e o ano de 2023 reserva muitas emoções para os empreendedores da área. Enquanto alguns nichos comemoram um crescimento surpreendente, outros precisam lidar com mudanças no comportamento do consumidor. Confira as principais tendências:

 Esportes em peso nos streamings

A transmissão de eventos esportivos por meio de streaming é uma realidade cada vez mais consolidada no país. Além do Premiere, que há algum tempo oferece transmissões por assinatura dos jogos dos principais campeonatos do país, jogadores como Amazon Prime e Star+ ganham destaque.

De acordo com o relatório Convocados 2022, 34% dos torcedores do país assinaram pelo menos um outro serviço de streaming para assistir a eventos esportivos.

 Música se faz presente como sempre

Depois do sucesso do Spotify, os serviços de streaming de música trouxeram números astronômicos e a tendência é que esse mercado continue em alta durante boa parte da década.

Segundo projeção divulgada pela consultoria PwC (antiga PricewaterhouseCoopers), deve ser de US$ 36,8 bilhões em 2026. O valor representa um aumento em relação aos US$ 24,5 bilhões registrados em 2021, os últimos números específicos disponíveis. O streaming realmente revolucionou a indústria da música, mudando a forma como músicos e gravadoras lançam seu material. Além de permitir que artistas discretos exibam seu trabalho para o mundo, o serviço tornou a música acessível ao público em geral.

  1. Mercado escrito também cresce

O mercado escrito também passa por uma transformação que tem causado espanto nas grandes empresas. Veja a seguir o que o ano reserva para as duas principais formas de publicação da mídia impressa.

Substack está desafiando publicações tradicionais

Plataformas como a Substack permitem que qualquer pessoa crie sua newsletter, um serviço de e-mail. Com ele, redatores, repórteres e colunistas encontraram uma forma de ter seu próprio jornal e assim atingir seu público-alvo sem a necessidade de intermediários.

Se o dono da newsletter quiser, pode cobrar uma assinatura e assim criar uma forma de receita direta. Jornalistas independentes acabam, assim, entrando individualmente no mercado de repetências – e as grandes empresas precisam saber lidar com esse fenômeno.

A pesquisa Lineup lista essa tendência como uma das sete principais tendências para editores e outras empresas de mídia.

Clubes de assinaturas demonstram destaque e demanda

A tendência dos clubes de assinatura em 2023, destacada pela empresa britânica Linney (em inglês), é a implementação de contratos mais flexíveis que encantem os consumidores. Isso é o que 36% dos assinantes da caixa desejam, de acordo com uma pesquisa do Barclaycard.

O mesmo estudo constatou que entre os que não são clientes do clube, 41% citam sua relutância em assinar um contrato. Portanto, criar regras menos rígidas, como permitir que você reduza a frequência das entregas, pode aumentar o número de seus assinantes. Outra tendência é a entrada de grandes empresas nesse mercado, o que pode tirar espaço das startups. Além disso, as filiais devem fornecer infraestrutura adequada para lidar com a logística em grande escala.

E isso inclui investir em materiais sustentáveis, como embalagens recicláveis, já que a preocupação ambiental aumenta a cada dia em todo o mundo.

  1. Inteligência artificial vs churm

Um dos principais desafios no mercado de repetição é lidar com o churn. Uma das tendências para o próximo ano é o uso de inteligência artificial.

Com base na análise automática de dados, ferramentas com técnicas de aprendizado de máquina são capazes de analisar os perfis de clientes que já cancelaram suas assinaturas e descobrir o motivo. Os algoritmos podem, então, aplicar o aprendizado à lista atual de clientes e estimar a probabilidade de cancelamento da assinatura.

  1. Importância de uma nova estratégia de preços

Você já deve saber que o desenvolvimento de uma estratégia de precificação deve levar em consideração uma série de fatores. No entanto, as dificuldades econômicas observadas no país e também no cenário mundial acabaram levando à necessidade de desenvolver novas estratégias.

Pensando nisso, a empresa de software empresarial Zuora preparou um estudo (em inglês) com insights obtidos a partir da análise de 150 negócios B2C recorrentes, ou seja, focados no consumidor final. A pesquisa aponta que é importante conhecer seu público para criar ofertas diferenciadas que atendam às suas necessidades.

Porém, o processo não pode ser muito complexo, pois empresas que adotam processos simples com apenas um ou dois pacotes de assinatura tendem a ter mais sucesso. É importante ser capaz de equilibrar a aquisição de clientes e o lucro de sua retenção.

  1. Pix como motor de inclusão no cenário de assinaturas

O Pix é uma grande sensação de pagamento no país. No entanto, em seu formato atual, o método inovador criado pelo banco central ainda tem pouco a acrescentar para a repetição de negócios.

O Pix já pode ser usado em repetências, mas o processo ainda exige taxas separadas para os consumidores. Só que isso deve mudar em 2023 com a chegada do Pix Garantido.

Em palestra durante o Innovation Pay 2022, o chefe da estrutura do Banco Central, Carlos Eduardo Brandt, disse que o projeto está inserido no planejamento da instituição. Desde o início da iniciativa, as instituições financeiras poderão oferecer linhas de crédito, para que os clientes possam agendar o Pix para 30, 60 ou 90 dias.

Embora esta iniciativa seja pensada para parcelamento, ela também pode ser útil para os clientes planejarem o pagamento de suas assinaturas.